sábado, 15 de agosto de 2009

3a margem


"Estou ficando velho! Já tive a prova definitiva disso. Não tenho mais o fôlego de antes e a audácia de ontem. Os anos me foram letais; o tempo me foi cruel. Ah, o tempo: tempo, tempo. Hoje vejo o porquê de você nas canções. A razão do "senhor tão bonito, compositor de destinos". Qual o quê! Não espere de mim, pois, alvíssaras. Diferente de você e da sua horda de poetas, não me venderei por pouco. Desista! Nem a longo prazo."

Encontrei o citado desvario ao abrir umas anotações do caderno de viagens(é, agora pra quem não sabe do Rodin, ele está de volta. Breve e intempestivo como só ele. Lê-se Rodam, por favor). A intimidade ainda não nos foi reapresentada; há algumas voltas a serem feitas juntos. O importante é que a aproximação inicial já foi admitida. Agora, uma questão de pura formalidade.

Não me lembro bem das razões da epígrafe acima. Mas como tudo que vem de mim, boa coisa não devia ser. Estava circunscrita em um rodapé com anotações feitas em um bar de Santiago numa ocasião em 2005. Pelo assunto da folha, solta -- diga-se --, talvez em um dia ruim; trazia alguns trechos copiados com músicas e alguns possíveis acordes. Uma mania que eu tinha de levar pra casa tudo que me era novo. Da noite em si eu me lembro, (in)felizmente de mais nada.

Teclado em outro idioma e, ainda por cima, desconfigurado. Um desestímulo pra uma mente insaciada, mas perfeccionista pros detalhes(pra mais o quê poderia ser?).

A.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

La vie en rose

Olá, miguxos.

Depois de tantas idas e vindas(e estacionadas) eis que me surge a oportunidade que eu esperava.

Antes, um parêntese. Minha vó, em sua sabedoria infinita e fé inabalável é uma das poucas pessoas que ainda conseguem me tirar lágrima dos olhos. "Atrasos de Deus não são negações dEle. Ele pode estar com o que é seu nas mãos, mas não vai soltar enquanto você não estiver preparado para receber."

Sempre fui contra qualquer tipo de assertivas similares a essa. Mas não adianta. Das poucas vezes que teimei sobre isso com pessoas que têm no mínimo inúmeras vidas na minha frente, acabei por morder a língua. E minha vó faz parte das referidas pessoas. Quantas vezes durante problemas na faculdade recorri à ela, à sua bondade e amor incondicional? Vejo nela a fortaleza espiritual que tento um dia construir para mim. Sempre com as frases certas nos momentos propícios. Inclusive, pra não ficar doido de vez, já parei de me perguntar como ela detecta a hora certa de se pronunciar.
Todos meus amigos conhecem ou já me viram falar da velhinha. Gostaria de deixar aqui meu abraço mais forte e um beijo carinhoso. Vó, te amo-te.

Ok, momento piegas is over.

Voltando às oportunidades. As coisas pareciam simplesmente não estarem acontecendo pra mim e do nada, puft: apareceram um monte. E a ponto de me deixar bastante confuso(isso é bom, I'm not complaining). Não sei que decisão ainda tomar, não sei o que vai dar certo, o que não vai, isso requer atenção e demanda tempo.

Não vou substimar a inteligência de vcs a essa altura do Diário Pastel, mas aqueles que já acompanham minhas linhas há algum tempo já viram que metáforas, fantasias, alucinações e, principalmente incoerências não faltam por aqui. Não é meu intuito escrever para contar da minha vida para ninguém. Pelo menos hoje, não. Pode ser que um dia isso mude e que eu comece a descrever em linhas claras meus verdadeiros pensamentos e vontades. Mas até lá peço que me entendam como conseguir e aguentem meu lado quixotesco, meus dragões e meus moínhos de vento.

Abraços efusivos,

A.

PS: "É muito bom saber pedir desculpas. Mas saiba que isso não conserta tudo. E mesmo sabendo disso - uma verdade pétrea - não deixe jamais de se desculpar."