domingo, 6 de novembro de 2011

Bailarina e o soldado de chumbo

Tenho daqueles sonhos ruins de filme, que perseguem o mocinho até o final. Uma coisa minha, mal resolvida, obviamente, que, quando menos espero, me atormenta as noites.
Dura um dia, às vezes dois. Fica na cabeça o dia todo, martelando que nem prego. Dia dói, noutros mais ainda. Dá vontade de deitar de novo pra amanhã chegar logo. 

...

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

trânsito: o circo da folia

Depois de 1 ano e 7 meses trabalhando com trânsito, posso dizer que tenho uma petit experiência nesse ramo. Sempre me perguntam algumas idiotices coisas  e eis que estou aqui, a fazer um textículo abraçando a resposta de algumas delas. Peguem a pipoca e reflitam um pouco nas minhas não tão doces palavras.

André, o trânsito do Brasil tem solução? E o de Goiânia, pra ser mais exato?
- Pessoa de pouca fé, em verdade eu vos digo: O mau do Brasil é o brasileiro! Deus não pôs terremoto, tsunami, vulcão ou tornados por aqui. Mas colocou o povinho mais filha da puta que ele conseguiu! E é por causa dele que eu afirmo: essa merda que está só tende a piorar!

Respondo, ainda, jogando a pergunta pra vocês: todo mundo odeia levar uma buzinada na orelha, mas quem é que nunca descontou uma fechada ou uma barbeiragem alheia com a buzina? Ah, a buzina. A menina dos olhos nos dias de cão! Quem nunca (ou sempre) não pára na faixa de pedestre, olha no retrovisor e fala: ah, tem pouco carro atrás, logo essa velha gorda cheia filhos catarrentos consegue atravessar. Quem nunca não deu lugar pra quem tava saindo da garagem só porque estava atrasado, e ainda disse, noutro dia eu dou?!

Sim, meus amigos. Vcs são todos farinha do mesmo saco cocô da mesma areia. É claro que eu, como malandro-preto-comedor de farinha e feijão, estou nesse meio, mas que, como narrador onipresente, onisciente e lindo dessas linhas que estão a desgustar, tenho a prerrogativa de me por fora das malfeitosas comparações.

Estaciona na vaga do cadeirante ou do idoso porque sabe (ou acha que sabe) que não tem nenhum desses dois ali perto. Estaciona nos proibidos por algum tempo e diz que pode porque é rapidinho. Se algum fiscal te pega no celular, você diz que sua mamãezinha tava dura no hospital. Essas desculpas e as afins são manjadíssimas e só reiteram que vc é um bosta sem criatividade. Que pimenta no borel do outro é refresco. Assume o risco, mas não aceita a consequência! Quando chega uma dessaborosa multa na sua casa, você chora, reza, pede e implora! Diz que nunca esteve nesse lugar e que vai recorrer, que vai fazer valer seus direitos. Que o governo tem uma indústria de multa. Mas quando pára um mocorongo obstruindo a porta da sua casa, ou alguma pessoa próxima de vc morre no trânsito, pergunta cadê o braço do Estado agindo em favor da população, que são todos uns ladrões omissos do caralho a quatro. Ah! A indústria da multa. Me cago de rir quando vejo gente falando dela. O grande filha da puta não vê que o que acontece é - perdoem-me o bordão - uma indústria de infrações. Podem ocorrer erros, sim. 1%? Os outros 99% eu tenho certeza que o grande asno no volante estava errado!

O problema da falta de berço, mes amis, é algo crônico; irremediável. Não digo superficialmente a falta de educação em si, a esquecida arte do saber se portar, mas todo o aparato que vem junto com isso aí. Quem cresceu vendo os pais, os tios e os avós desobedecerem às leis (não só às de trânsito) não pode ser dele exigido que faça algo correto. É utópico por demais pensar que uma meia dúzia de campanhas, um ou outro real tirado do bolso com uma multa ou uma carteira de habilitação suspensa vão resolver o problema. Falando em multa, alguns zézões ainda insistem em perguntar se há alguma premiação pros fiscais do estado por "acharem" infrações. Eu respondo com a pergunta: vc acha que se tivesse, não haveria gente trabalhando do alto de suas sacadas em seus prédios? E não precisam inventar infrações. Ande dois, três ou quatro quarteirões - NO MÁXIMO - e me fale quantas pessoas vc viu no celular, ou fazendo uma conversão proibida ou qualquer outra putanescilidade dessas. Quando chegar o presente, me conta!

Alilás, acho que o valor das multas cobradas está obsoleto, baixo demais. Nunca foi atualizado. Não surte efeito desse jeito. Nem na época da criação surtiu. Prova essa que uma mesma pessoa leva a mesma multa 3, 4 vezes e não aprende. Meu pai, que Deus o tenha em seu sofá fumando um Havana gozando o Godfather, quando queria que eu aprendesse uma coisa de uma vez por todas, batia uma vez só. Preciso falar da intensidade? Usando o mesmo raciocínio do citado troglodita (brinks, daddy!), não quer que alguém cometa o mesmo erro, que bata com força. Ao invés de cfrazinhas de 100, 200 reais, poe uma de 1000. Valor da infração leve agora: milão! Da gravíssima, 3000. Quero ver se vai ter nego falando no celular de novo. Se alguma patricinha filha da puta vai entrar na contra-mão aqui no meu prédio à noite. Nessa de 100, 200 reaiszinhos, eu acredito, sim que seja indústria da multa. Porque o governo não cansa de cobrar e vc não cansa de pagar. Fica o bobo de um lado e o ladrão do outro nessa suruba tácita.

No mais é isso. Por favor, não fiquem chateados se os ofendi. Se se viram em alguma parte do texto, a idéia era exatamente essa. Pra que vc possa, ao menos, pensar por alguns segundos nas suas atitudes no trânsito. Começar a encará-lo como de fato deve acontecer. Que não tenha que perder amigos, como aconteceu comigo recentemente, pra poder rever suas atitudes e a ineficácia das leis que não regem as condutas por aí.

Beijos, se eu não te ligar, vc também não me telefona!

A.


sexta-feira, 22 de abril de 2011

André, cadê você?

Não chorem, cremosinhos. O tio não sumiu e nem fiz análise pra perder a inspiração.

Dentro em breve, entre dois ou três copos de álcool, eu venho aqui escrever. Só estou sem tempo.

Aliás, o uísque é o melhor amigo do homem. É o cachorro engarrafado!

sábado, 12 de março de 2011

Riddle

Penso que há "tempos e tempos". Assim como diz aquele livro judáico-budo-cristão que tem na casa da minha avó: "há hora para falar e hora para calar". A vida, independente das nossas ações e vontades, é feita por ciclos. Me pergunto onde entraria o tal do livre arbítrio: se nos vai-e-vens do acontecer ou no curto intervalo de tempo entre um looping e outro.

Desde meus jovens 15 anos que espero encontrar subsídios para perguntas que hoje, MUITOS anos depois, sei que estão longe de serem respondidas. Nesse caminho infindo, na busca por "verdades", encontrei respostas prematuras para questões tardias. No desenrolar desse emaranhado, por vezes, vivenciei o desabor do que não esperava. Mas como o receber do louro, satisfiz o que de mais me era proposto: o auto-entendimento, ainda que parcial.

Continuo depois...

sexta-feira, 4 de março de 2011

Masturbando o meu ego

Agradeço aqui, ainda que tarde, aos e-mails de aniversário. Não gosto muito de bajulação, mas é sempre bom se sentir querido. Colo abaixo, com a anuência da censura, afinal, a idéia não é fazer auto-propaganda, dois de que eu gostei muito!

A.

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(...) separei, entre risos e lágrimas, alguns dos bons momentos que já vivemos juntos ao longo de tão pouco tempo de amizade. Espero que se repitam ao longo de anos e anos ainda! Tudo o que vc faz, faz bem feito. Não porque é perfeccionista, mas porque faz com amor. E isso inclui sua amizade. Nao há 1 só amigo que não te reconheceria de longe. Não pelo tamanho da napa do nariz, mas pelo estilo único e inimitável. Os sms de madrugada, as declarações insanas fora de hora, os comentários afiados, as tiradas maldosas e as piadas que só quem está muito afinado entende. Frases suas como "puts, que caçamba" ou "se demorar eu espero, tá?" ou "o negócio não é ser bonito, é ser gostoso" ficarão pra sempre comigo e com todos seus amigos, tenho certeza.
Quero ser padrinho dos seus filhos. E dos filhos dos seus filhos. Para desfrutar ao máximo da sua companhia. Feliz dos amigos e da(s) mulher(es) que lhe tiver para sempre. Grande abraço e feliz aniversário novamente.

André: mãe, bebendo assim você vai virar alcólatra
mãe: menino, mas eu só bebo um pouco aos finais de semana!
André: então eu não serei viado se eu der o xx  só um pouco aos finais de semana?

André: meu nariz não é grande. Meu rosto que é pequeno.

Eu: André, olha o tamanho daquela saia!
André: Saia? Aquilo é um abajour de xoxota!

Eu: cara, vc parece o superboy do smallville
André: xxxx, vou te mostrar é o meu batman!

Eu: você deve comer muita mulher com esse carro seu, né?
André: desde quando xxxx é garagem?

O 1o carro perdido na BR e você, ao avistar o outro, correndo pro canteiro central fazendo bundalelê. E o dia que te erguemos na sala do INF no 2o ano de computação pra vc por a bunda no vidrinho da porta durante a aula da Lenice e ainda, descaradamente, por todos os outros anos, dizia que não era vc. E depois disso o Max ainda vai lá e encosta a cara no vidro!

Eu: André, tenho uma cueca do elefantinho.
André: Eu também. Mas a minha ele fica do lado de dentro.


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O Segredo

- Doutor, terminamos todos os testes e exames, e o relatório é conclusivo e incontestável.
Precisamos apenas de seu aval para divulgá-lo à imprensa de todo o mundo. Será
um estardalhaço completo. Precisamos organizar a coletiva e nos prepararmos para
responder a todas as perguntas!
- Vocês querem mesmo que eu endosse esse relatório absurdo? Onde já se viu divulgar
tamanha insanidade? Vão debochar de nós solenemente, e minha carreira estará
arruinada!
- Mas, doutor, temos dados precisos e inquestionáveis!
- Revirem-no do avesso novamente! Não quero nem saber!
- Respeitosamente, senhor, já fizemos inúmeras ressonâncias, incontáveis raios-x, variados
eletro, encéfalo e cardiogramas de todos os tipos conhecidos. Além dos mais
variados testes psicossomáticos, comportamentais e fisiológicos!
- E as conclusões são aquelas mesmas ridículas de antes?
- Sim, Sr! Ele não é um cara normal! Ainda que seu corpo seja de um homem e tenha
um funcionamento perfeito como de um humano qualquer, não é aceitável que ele seja
só mais um exemplar da raça. Sua psiqué, seu modo de agir e seus sentimentos são
incompatíveis com o do homem-médio atual.
Ele é simples, humilde, totalmente desprendido de bens materiais e nenhum um pouco
interesseiro! Pensa mais nos outros que em si, tem um coração puro, aberto, prestativo
e amoroso. Cativa facilmente todos a sua volta, principalmente as mulheres, devido
ao porte físico, à timidez calculada e a um certo charme bem treinado. Nos testes sexológicos,
descobrimos que é muito bom xxxxxxx e que rebola gostoso, pra compensar
que tem xxxx. Às vezes ele xxxxx, mas constatamos que é só pra manter
um certo ar de normalidade e pra parecer fraco e humanizado perante suas incontáveis
conquistas. Impressiona mocinhas ao fazê-las xxxxxxx
sem a menor dificuldade!
- Tire essa parte do relatório, minha esposa jamais pode ler isso!
- Continuando! Ele ama deliberada, demasiada e verdadeiramente, e não se vergonha
disso! Faz juras de amor, escreve cartas ridículas, faz surpresas inesquecíveis,
toca músicas marcantes... ou seja, é um dos últimos românticos. Pode-se dizer, sem
chance de errar, que caras como ele estão ficando raros!
É para os amigos aquilo que se pode definir como uma síntese perfeita do termo amizade!
É um verdadeiro amigo, na mais pura e forte acepção da palavra! Tem poucos
eleitos como tal, mas para com estes é transparente, confiável e companheiro. Enche o
saco desses coitados, mas descobrimos que essa é uma de suas formas de demonstrar
o que sente! Para estes amigos, é uma flor!
Fisiologicamente, descobrimos que seu sangue tem componentes que não pudemos
identificar! Componentes estes que o fazem bem mais forte que o normal, quase imune
a doenças e muito resistente a cortes e ferimentos. Soubemos que seu desempenho
muito acima da média no basquete vinha levantando suspeitas, então ele inventou uma
contusão incurável, e abriu mão de sua grande paixão esportiva em nome de garantir o
anonimato!
- E eu mal consigo bater meu futezinho no fim de semana! O mundo injusto! Tô garrando
um ódio desse cara!
- Desculpe, doutor, mas isso é impossível! Ninguém consegue odiá-lo, de fato! Todos
os homens querem ser seus amigos, e as mulheres... ah, pobre de nós mulheres! Todas
o queremos, mas ele não é daqueles que querem quantidade, só qualidade!
Concluindo doutor, temos muito mais que só fortes indícios de que o famoso mito hollywoodiano
foi, de fato, inspirado nele! Sua mãe tentou ao máximo nos ludibriar, mas
suas informações são desencontradas e foram facilmente contestadas.
Confirmamos nossas suspeitas quando soubemos que ele é muito fraco para cerveja
Heineken. Mas descobrimos que sua fraqueza na verdade não é com a bebida em si,
mas com a garrafa! Pasme, doutor: o tom esverdeado da garrafa é garantido pela...
- Não! Não me diga quê? Não é possível!?
- Sim, pela Kriptonita! Descobrimos que a Heineken conseguiu manipular vários minerais
em laboratório e sintetizá-la em sua forma mais pura e potente para obter aquele
tom esverdeado único!
- Oh meudeus! Ninguém nunca vai acreditar nisso!
- Por fim, senhor, descobrimos que ele tem o hábito de usar sua cueca de superhomem
em casa, mas só perante os amigos mais próximos que conhecem seu segredo;
e, com o senso de humor único que possui, teve a ousadia de batizar seu cachorro
de Clark Antonio!
- Isaura, vamos fazer um trato!? Não podemos entregá-lo! A humanidade precisa de
caras como esse, pra mostrar que certos valores precisam ser mantidos e propagados!
Deixemos que ele se vá, pela felicidade de seus próximos, pelo bem da própria humanidade,
e que siga sua vida e propague seus bons genes em paz!
- Mas doutor, o mundo precisa saber...
- Precisa nada! O mundo precisa é de mais homens assim, que vivam, amem e sejam
amados – pela família, amigos e mulheres – da forma mais pura e verdadeira, de janeiro
a janeiro!
- É! Acho que o senhor tem razão mesmo! Mas e então, o que faremos?
- Nada! O melhor a fazer é não fazer nada! Só chame-o aqui, por favor!
...
- E então doutor, já posso ir? Não descobriram nada, né?
- É, nossos resultados não são conclusivos! Você já pode ir sim!
- Muito obrigado! Preciso mesmo ir! Vocês devem ter percebido nos testes que eu
gosto muito de viajar. Tô doido pra mochilar por aí! O mundo me espera!
Quando já fechava a porta ao sair, ele ouve um último chamado:
- Meu jovem?
- Sim?
Uma piscadela e um sorriso do doutor, como quem diz “seu segredo está seguro!”:
- Você é craque!

terça-feira, 1 de março de 2011

:)

Alguns me perguntam se nao acho ruim viajar sozinho. Outros, se nao me vejo como um doido qualquer de sair com uma mochila nas costas sem destino mundo afora. Outros, se defeco dinheiro.

Amigos, para aqueles que ainda nao tiveram a oportunidade (ou o colhao roxo) de sair do conforto de casa para nao perder a novela das 8, eu respondo: Viajar eh muito mais uma questao de cabeca do que de dinheiro.
Tenho possiveis e potenciais companhias, mas prefiro a dor da solidao e o engrandecimento do auto-conhecimento a algumas delas. Quanto as outras pessoas, nao posso exigir a improbidade de se atirar no mundo e a (in)sensatez necessaria para a busca do novo. Este, alias, me assusta. Mas a rotina me irrita.
Gosto eh como o buraco anal. E assim como essa cavidade, tem gente que ainda nao conhece nem o seu!


Viajar me descansa. Me vestir pra Sedna nao me descansa. Conhecer culturas diferentes me surpreende. BBB, nao. Roupas de marca me quebram. Parcelar as historias que contarei aos meus netos, nao. Ver que tudo que eu planejei e que na hora deu pra tras me exige saber pensar. Provas, concursos e empregos, nao. Altos salarios, alias, sao todos iguais: So mudam alguns zeros.
Como eu gostaria de trazer gente comigo. Algumas por merecimento; outras por punicao. A bolhazinha do Setor Bueno e afins eh espessa; dura. Haja tempo para sequer trinca-la. Mas, como dizem, eh melhor pensar que as coisas acontecem devagar e sempre. Certo?

A.

"O dia que provardes a sensacao de voar, andaras no chao com os olhos voltados para o ceu."

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Sensacoes em erupcao


De tarde quero descansar
Chegar até a praia e ver
Se o vento ainda esta forte
E vai ser bom subir nas pedras
Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora...
Agora está tão longe
ver a linha do horizonte me distrai
Dos nossos planos é que tenho mais saudade
Quando olhávamos juntos
Na mesma direção
Aonde está você agora
Alem de aqui dentro de mim...
Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
Porque você esta comigo
O tempo todo
E quando vejo o mar
Existe algo que diz
Que a vida continua
E se entregar é uma bobagem...
Já que você não está aqui
O que posso fazer
É cuidar de mim
Quero ser feliz ao menos,
Lembra que o plano
Era ficarmos bem...
Eieieieiei!
Olha só o que eu achei
Humrun
Cavalos-marinhos...
Sei que faço isso
Pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora...

Legiao Urbana - Vento no litoral

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Vuvuzela neles


02 de fevereiro – Foi mal, teclado sem acentos!

Aqui comeca minha semi volta ao mundo. Dessa vez, pelo Indico. Embarque as 7h30.
A manha de ontem nao foi legal. A ideia de viajar, por nao estar consolidada, pesou um pouco. Nao tinha nada arrumado, como se a ideia de cair no mundo tivesse acontecido minutos atras. Recorri a alguns dos meus amigos pro almoco, compras de ultima hora e embreagues pre-ordenada num posto de combustivel qualquer. Pelas 22h, cheguei em casa e joguei algumas coisas na mala, a qual se escondia ainda no fundo do armario., empuerada e com ziper estragado. Dos 10 minutos que levei, 5 foram pra desviar da bagunca que tava no chao. Nao lembro de ter visto meu quarto tao baguncado!
Como sou portador da ultimamente tao rara trissomia YYY, nao consegui dobrar nada. Mamis ficou encarregada de fazer esse papel tao feminino e necessario na vida de um homem. Me ajudou a evitar ter que passar de novo ao chegar nos destinos. Love you, chica!
Tomei banho e sai com a pequena; cheguei por volta das 2h. Rolei na cama ate as 6, hora de ir para o aeroporto.
Foi legal; um dos meus melhores amigos foi la me ver, com a cara amassada de sono, quase tanto quanto a minha. Mamis encheu meu saco, claro, pelo meu atraso fortuito. Relaxa, vei; curte o momento!

A fila pro embarque estava enorme, dobrava a esquina, a unica do aeroporto, diga-se. Aceitaram o desconto beleza e me passaram pra outra menor apos gracejos e cara de gatinho do Shrek. Rapidinho tava no balcao fazendo o check-in. Por la encontrei um amigo das antigas. Definitivamente as coisas nao mudam tao facil: tava viajando pra um cenario cultural, de busca interna e espiritual num cruzeiro com Jorge e Mateus!
Em troca de uns tijolinhos no ceu (e de uma possivel interacao), dei meu lugar na janelinha pra uma moca que insistia em fotografar cada nuvem, mesma sentada no meio do corredor.
Fiquei em SP ate o meio da tarde. A pequena tava indo pra esse lado do mundo tambem, mas por outra rota - a da seda - e acabamos dando um jeito de nos encontar. Dentro em breve devemos nos ter/ver por aqui.


03 de fevereiro.

O voo foi bom, tirando que o aviao parecia um bimotor e eu mal conseguia esticar minhas pernocas rolicas. Entretenimento zero. So meu MP19, ao som do Flor, Los Hermanos, Rammstein e ao lado de uma crianca, que pelo choro full time, devia estar nas ultimas. Que Deus a tenha, amem.

Ia passar 10h no aeroporto de Joanesburgo. Aham, Claudia, que eu nao ia dar uma descidinha pra saber de qual era a da cidade. Uma vez mochileiro, sempre mochileiro. Ja havia lido que nao e o lugar ideal para perdidos no mundo sem nocao como este que vos escreve. E feio, sujo, caro e perigoso pra caralho! Alilas, abro aqui um parentese pra falar disso. Sabe aquela historia de fim do apartheid? Conversa fiada. Tem lugar que so branco entra e lugar que os negros nao aceitam aqueles. No centro,  numa especie de taxi comunitario, tentei descer pra adquirir uns mimos e fui rapidamente impedido pelo tiozao. Realmente nao ha uma so pessoa branca por la. Nenhuma! Se nao fosse pelos meus dotes negros (metafora), o moreno aqui seria um dinamarques por la. Fui no musem do apartheid – que depois da sensacao de nao poder andar livremente pela cidade – achei que nao devia existir, nao com o nome de MUSEU – nos estadios da copa que, diga-se, estao sub-utilizados, sucateados e saqueados! Tem uma rua no bairro mais popular de la, o Soweto, onde viveram os dois premios Nobel da Africa do Sul. A casa do Mandela e legal por fora. Por dentro, pra saber, tinha que pagar alguns baroes: Ficou pra proxima!

A pobreza, a corrupacao e outras coisas semelhantes as do Brasil (e as vezes aumentadas) sao evidentes por onde quer que se ande. Devo voltar pra Africa, mas pra Cape Town. Dizem ser mais turistico. Joanesburgo, por ora, fica fora do meu roteiro. Foram poucas horas por la. Minha ideia de socializar com os moradores, nativos ou nao, foi muito rapida. Pelo pouco que percebi, os negros sao meio conformados com a realidade que lhes e imposta. Se assustam quando pergunto de algumas coisas que, teoricamente, alguem de fora nao saberia. Mas isso e bom, que acaba chegando ao ponto bom da conversa mais rapido. Da pra ver a tristeza no olhar deles. Sao alegres, divertidos, sim. Mas viver sob o “auspicio”  de outros nao deve estar entre os top 10 do mundo. Seguem algumas
fotos no Facebook!

A mocinha que aparece e a Simone, galderia que conheci no aeroporto. Tava viajando pra aprender ingles. Acabamos dividindo alguns passeios e nos fazendo companhia. Como todo ser extremamento feminino, portava malas com milhoes de kg, que inclusive levantaram suspeita na imigracao. Foi tranquilo, depois de nos encherem de perguntas e me fazerem carregar o caminhao de malas dela pra cima e pra baixo. Toma, gordinho!

Proximo destino!

A.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Viadagem

"Nosso grupo sempre foi um grupo aberto. Nós nunca tivemos preconceitos, dogmas, Dobermanns, Dálmatas, Pointers, Sisters, Allmann, Brothers, nem Crosby, (...), nem Young... Talvez Lennon, não, McCartney... Talvez, quem sabe...”

Esse post é pra um cara cabriocárico, hélpis, batráquio, estrogonoficamente pálido, que tem 25 anos de vida e de América do Sul, que entrou na minha vida esse ano. Sem camisinha ou vasilina. Chegou chegando, veio de braços e pernas abertas. Não, não somos homossexuais, muito embora ela tenha bíceps pequenos e pernas finas. Diz que tá mais forte do que eu, mas pega 10kg de supino a menos, prova essa de que sou muito mais homem.

Não entendo o porquê de eu gostar minimamente do citado: chamo pra malhar comigo; diz que é caro (10 reais a mais) e torra 200 em cerveja. Chamo pra vir aqui em casa, diz que tá passando, mas não aparece. Ligo pra ele, não atende. Quando consigo falar, diz que não tinha chamada perdida. Perde no videogame e não assume; afinal gol de penalti, não vale. Me passa raiva como aquela peguete que se faz de difícil, mas me ganha com mensagens romanescas e sentimentalóides.

Tive o desprazer de passar uns 4 meses do ano ao lado do exu caveira e do seus encostos. Foram inúmeras brigas, desproporcionalidades da parte dele, apelinhos e outras meninices. Parece que foi criado por vó em apartamento. Soltava pipa no ventilador e jogava bolinha de gude no tapete persa. Só sujava a mão com Nutella. Ele é vesgo, tá com os dias contados pros cabelos caírem e cabe uma almôndega mineira do norte gaúcho entre os dentes da frente. Ainda assim arranca suspiros do guarda municipal. Filho de pais brancos, nasceu preto, e assim como 75% dos negros que nascem pretos, morrerá nego.

Entristece-me ao dizer que o concurso não desenrolou, mas do alto do meu egoísmo me faz bem saber que terei-o por perto por mais alguns dias. Pensando no tão pouco tempo de convivência e no tamanho do sentimento, me faz pensar que existem outras vidas.

Em terra de rei, a pedra fura o cavalo que vai pra Roma.

Chapéu, sapato ou roupa usada, quem tem?

Por te amar tanto é que não perdôo os lanches e 14 meses de aluguel que me deve.